Num de seus filmes, Woody
conta a seguinte piada: diz ele que
jamais seria sócio de um clube que o aceitasse como sócio. Recentemente, virou
noticia um sit de relacionamento do
qual só podem participar pessoas consideradas “bonitas”. E essa “rede social”
como se intitula, ficou famosa porque rejeitou milhões de internautas de vários
países que nela gostariam de ter entrado. Parafraseando Woody Allen, é de se
perguntar porque alguém quer fazer parte
de um clube assim.
Um dado que chama atenção é esse da imposição social
que a cada dia mais afeta as pessoas para que elas “pareçam” bonitas. Não como
de fato são, a pressão é para que elas pareçam com aquilo que o “mercado” diz
que é belo. Exatamente como diz esse sit. A utilização de modernas técnicas de
manipulação de fotos como photoshop,
permite a criação de imagens que nem sempre corresponde com a realidade. Muitas
vezes as próprias modelos têm se surpreendido com sua (falsa) beleza. Os anúncios
estão muito distantes do real e, uma vez publicadas as fotos de “mulheres com
corpos perfeitos”, alas acabam influenciando os consumidores suscetíveis, esses
legisladores querem que as fotos sejam acompanhadas da informação de que se
trata de efeito digital. Penso que ainda assim, não mudaria a imposição.
O que o mercado acaba vendendo é
uma ilusão de segurança e felicidade nos símbolos oferecidos nas vitrines e
em anuncio publicitários, e o que esse consumidor adquire é uma falsa ideia de si
mesmo, muitas vezes gerando frustração e um vazio que obriga a voltar ás
compras, ás transformações etc num circulo vicioso sem fim. Como disse um
famoso medico brasileiro “no mundo atual está se investindo cinco vezes mais em
remédios para virilidade masculina e silicone para mulheres do que na cura do
Mal de Alzheimer. Daqui alguns anos, teremos velhas de seios grandes e velhos
de membro ereto, mas eles não lembrarão para que servem".
Todavia, volto a colocar algo que
me parece grave, que é o procedimento medico subjacente na questão de silicones, excessivos seios de silicones são colocados por cirurgiões médicos acompanhados de sua equipe, por obvio, pergunto: não há limite ético para o
medico fazer tal operação? Não deve ele se negar a fazer e aconselhar ( em
certos casos) a procurar ajuda psicológica? A mim parece que os órgãos de
medicina devem cuidar desse tema, estabelecendo esses limites. Não é porque a ciência
e a incrível tecnologia que acompanha seja capaz de construir corpos humanos com fantásticas
próteses, enxertos e reformas, que pode fazê-lo. Do ponto de vista ético, a
possibilidade real de uma execução não significa necessariamente o direito de exercê-la.não
falo apenas dessas mulheres de seios enormes. Refiro a questão em sentido mais
amplo, porque se for deixado que o mercado tome a decisão, com o alto
faturamento que o segmento gera,
poderemos assistir a muitas aberrações .Ao lado dessas doenças típicas da
sociedade capitalista, surgirão outras gerando um consumidor cada vez mais
alienado e, muitas vezes infeliz.
Rizzatto Nunes
Rosy Borges Autora do [Blog Rosyoab] Estudante de Direito pela UPF-RS |
10 de junho de 2010 às 07:14
Muito bom o seu texto,tem que para e pensa,pelo que entendi nós somos aquilo que a midia quer,bjao